sábado, 20 de outubro de 2012

CONEXÃO REPORTER

Conexão Repórter é um programa de jornalismo investigativo do Brasil, exibido pelo SBT nas quartas às 23:00, desde 4 de março do ano de 2010. É apresentado pelo premiado jornalista Roberto Cabrini.

 

 Sinopse

A proposta do programa é a busca pela verdade por meio de grandes reportagens. O nome surgiu pela modernidade que sugere, a informação nos tempos de hoje viaja por conexões cada vez mais velozes e sofisticadas. O uso da palavra "repórter" foi estrategicamente usada para destacar o formato e a disposição do apresentador.

Polêmica

O juiz Paulo Campos Filho, da Quarta Vara Cível de Osasco, concedeu liminar que inviabiliza a exibição do programa que marcaria a reestreia do jornalista Roberto Cabrini, ex-Record, no SBT. A produção conseguiu uma entrevista com uma mulher que detalhou todo o esquema desse "negócio", do qual faria parte. Mas ela se arrependeu e pediu à Justiça que sua entrevista não seja exibida. Como a entrevista é fundamental para a reportagem, sua exclusão inviabilizava a exibição do programa.[2] Porém, a emissora conseguiu liberação para exibir o programa desde que esse tivesse uma situosa edição das imagens a fim de não prejudicar a pessoa que protestou judicialmente.[3]

 Repercussão

O programa teve muita repercussão na internet, e foi muito elogiado pelos internautas da rede social Twitter. As palavras Roberto Cabrini e Conexão Repórter foram as mais citadas no dia no Brasil.[4]
O programa de estreia de 2010 causou polêmica no mundo ao retratar casos de pedofilia envolvendo padres e monsenhores das paróquias de Arapiraca, cidade do estado nordestino do Alagoas. O programa mostrou um vídeo de sexo explícito (logicamente com suas imagens distorcidas) entre um padre e um de seus coroinhas. O documentário chegou a ser comentado nas rede BBC e CNN, ajudou a alavancar as polêmicas de pedofilia na Igreja Católica, gerando comentários em todos os países, inclusive no Vaticano, acarretou em inquérito policial por parte da Polícia Federal, investigação por parte da CPI da Pedofilia e na suspensão dos religiosos envolvidos. O programa também exibiu possíveis ameaças de morte por parte do advogado de um dos padres a um coroinha denunciante.

                                   ROBERTO CABRINE



Francisco Roberto Cabrini (Piracicaba, 3 de outubro de 1960) é um jornalista de televisão brasileiro. Foi correspondente internacional da Rede Globo em Londres e Nova York, ganhou os principais prêmios como repórter investigativo (Esso, APCA, Líbero Badaró, Imprensa, Tim Lopes e Vladimir Herzog) e cobriu seis guerras.

 

 Biografia

Considerado um dos principais jornalistas brasileiros, especializado em jornalismo investigativo, coberturas de guerra e de defesa dos direitos humanos, ganhou praticamente todos prêmios importantes em seu meio em 3 décadas de carreira. Roberto Cabrini iniciou sua carreira aos 16 anos de idade em uma rádio e um jornal do interior de São Paulo (Piracicaba) [1] e, aos 17, foi contratado pela TV Globo como o repórter mais jovem do telejornalismo de rede do país, inicialmente atuando como repórter esportivo.
Em 28 anos de carreira, Roberto Cabrini cobriu sete guerras internacionais (Afeganistão[2], Iraque, Palestina, Camboja, Caxemira, Haiti e Somália; participou de cinco Olimpíadas e cinco Copas do Mundo; foi correspondente por oito anos - quatro deles em Londres e quatro em Nova York, além de realizar coberturas em mais de 60 países.
Em outubro de 1993, após sete meses de investigação descobriu o paradeiro do fugitivo da justiça Paulo César Farias em Londres, driblando até mesmo as buscas das polícias brasileira e da INTERPOL. PC Farias, como era conhecido, foi tesoureiro de campanha de Fernando Collor de Mello nas eleições presidenciais brasileiras de 1989. Foi a personalidade chave que causou o primeiro processo de impeachment das Américas em 1992.[3]
Em 1994, também foi ele quem noticiou, ao vivo, pela Rede Globo, o óbito do piloto Ayrton Senna em 1º de maio. Cabrini cobria o GP de fórmula 1 de Ímola, na Itália, e foi a Bologna acompanhar a sequência dos fatos onde entrou em plantão ao vivo para noticiar o fato.[4]
Em 1995, produziu o documentário "Enigma das Alagoas" que apresentava a mais célebre entrevista com o presidente Fernando Collor de Mello depois do impeachment. A técnica utilizada para a entrevista repleta de perguntas cortantes (estilo marcante de Cabrini) e muitos dados, gerou reconhecimento de todos veículos de comunicações. O Estado de São Paulo o escolheu como o melhor do jornalismo da TV neste ano, a revista Veja considerou esta a melhor reportagem do ano.
Neste mesmo ano concluiu o documentário "Enigma das mil e uma noites" após vários meses no Iraque, conseguindo provar a existência de soldados iraquianos que por se recusarem a servir seu exército tiveram suas orelhas cortadas pelo regime de Saddam Hussein, algo até então negado veementemente por Bagdá em uma entrevista exclusiva com o então vice-primeiro-ministro iraquiano Tariq Aziz. Conseguiu penetrar no norte do país onde revelou as sequelas dos ataques com armas químicas na cidade curda de Halabja (leia-se Halajia) pelas forças de Saddan Hussein. A entrada na cidade tinha sido bloqueado aos jornalistas desde o ataque de 1988. Terminou o ano com uma grande entrevista com o lider palestino Yasser Arafat e ainda com os guerrilheiros preparados para o martírio, os homens-bomba recrutados para se explodirem contra alvos israelenses. Foi então também considerado pelo jornal do Brasil como o melhor repórter em atividade da TV brasileira.
Em outubro de 1996, foi o único jornalista da América Latina a cobrir a recém-ascensão do grupo radical islâmico Taliban no Afeganistão, que havia conquistado Cabul em setembro e acompanhando até bombardeio na capital afegã. Na época, a Al Qaeda de Osama Bin Laden não era conhecida no mundo, porém no final do do mesmo ano fixou no país após fuga do Sudão. Nessa cobertura produziu o documentário "Em nome de Alá", vencedor do Prêmio Vladimir Herzog de direitos humanos.
Em setembro de 1997, após investigação de cinco meses localizou na Costa Rica na América Central, a fugitiva Jorgina de Freitas Fernandes, a maior fraudadora da história do INSS no Brasil. Ganhou com a reportagem o Prêmio Previdência Social de Jornalismo.
Em 1998 elaborou a reportagem "A verdadeira história do vôo 254", contando em detalhes o que de fato aconteceu em um dos piores desastres da aviação brasileira. (boeing 737-200 da Varig que se perdeu e acabou em um pouso forçado em plena floresta Amazônica em 3 de novembro de 1989). A reportagem garantiu a ele o VI Prêmio Líbero Badaró de jornalismo.
Em 1998, denunciou um grande esquema de venda de crianças para países europeus no Sri Lanka na extremidade sul do subcontinente indiano, reportagem considerada pela Anistia Internacional uma das melhores já realizadas sobre o assunto em toda história. Foi correspondente internacional pela Rede Globo em Londres entre 1992 e 1995 e em Nova Iorque entre 1997 e 2000.No total atuou como jornalista da Rede Globo,a emissora onde começou, durante 13 anos em 3 diferentes períodos. Em 2001, como reconhecimento de sua importante carreira de repórter, passou a atuar também como âncora e editor-chefe de programas jornalistícos. Foi âncora e editor-chefe do Jornal da Noite da Rede Bandeirantes , entre 2002 e 2008. Em 2008 foi contratado pela Rede Record.Nesta emissora, comandou em 2009 o Reporter Record, jornalístico semanal de reportagens investigativas que sob seu comando se tornou nesta época o programa da emissora de maior audiência com médias que chegaram a ultrapassar 20 pontos de íbope.Neste ano(2009) ganhou - Prêmio Tim Lopes- com a reportagem "O chefe do tráfico",que revelou os bastidores do tráfico de drogas no Rio de Janeiro. Em 2009, retornou ao SBT, para ser editor-chefe e apresentador do Conexão Repórter,programa de grandes reportagens investigativas criado pelo próprio jornalista. Comandando o Conexão Repórter Cabrini e sua equipe ganhanharam o mais importante Prêmio de reportagens do Brasil ,o Prêmio Esso de 2010 de telejornalismo,O programa também provocou a realização de 3 CPIs com suas reportagens.[5]q A reportagem investigou casos antes ocultos de pedofilia dentro da Igreja Católica em Arapiraca, Alagoas e levou três sacerdotes incluindo um importante Monsenhor a julgamento, repercutiu em todo mundo e fez com que pela primeira vez o Vaticano reconhecesse a existência de casos de abusos sexuais dentro da igreja católica no Brasil.
A sentença dos padres de Arapiraca acusados de pedofilia foi proferida pelo juiz João Luiz de Azevedo Lessa, titular da 1ª Vara Judiciária da Infância e Juventude, no dia 19 de dezembro. O monsenhor Luiz Marques foi condenado a 21 anos de reclusão. Já o padre, Edilson Duarte e o monsenhor Raimundo Gomes foram sentenciados a dezesseis anos e quatro meses. O trabalho jornalístico de Roberto Cabrini e sua equipe foi considerado fundamental pelo ministério público para a condenação histórica dos sacerdotes católicos, fato inédito no Brasil. No dia 3 de janeiro de 2012, o Vaticano anunciou que os três padres de Arapiraca condenados por pedofilia foram expulsos da igreja católica. Em 2012 denunciou os abusos em um hospital psiquiátrico de Sorocaba/SP revelando imagens que lembraram as de campos de concentração do nazismo na segunda Guerra Mundial.A reportagem foi elogiada internacionalmente.Neste ano em votação de 150 mil jornalistas de todo Brasil promovida pelo site Comunique-se, Roberto Cabrini foi apontado como um dos 3 melhores repórteres em atividade na televisão brasileira Ainda em 2012 , o Conexão Repórter comandado por Roberto Cabrini ganhou o Troféu Imprensa de melhor programa de jornalismo da TV Brasileira.Ao explicar seu voto para o Conexão Repórter,Keila Jimenez jornalista da Folha de São Paulo disse"Cabrini respira jornalismo".

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